domingo, 13 de março de 2011

14 de março: Dia Nacional da Poesia

A poesia é a arte da linguagem humana, do gênero lírico, que expressa sentimento através do ritmo e da palavra cantada. Seus fins estéticos transformaram a forma usual da fala em recursos formais, através das rimas cadenciadas.


As poesias fazem adoração a alguém ou a algo, mas pode ser contextualizada dentro do gênero satírico também.
Existem três tipos de poesias: as existenciais, que retratam as experiências de vida, a morte, as angústias, a velhice e a solidão; as líricas, que trazem as emoções do autor; e a social, trazendo como temática principal as questões sociais e políticas.
A poesia ganhou um dia específico, sendo este criado em homenagem ao poeta brasileiro Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871), no dia de seu nascimento, 14 de março.
Castro Alves ficou conhecido como o “poeta dos escravos”, pois lutou grandemente pela abolição da escravidão. Além disso, era um grande defensor do sistema republicano de governo, onde o povo elege seu presidente através do voto direto e secreto.
Sua indignação quanto ao preconceito racial ficou registrada na poesia “Navio Negreiro”, chegando a fazer um protesto contra a situação em que viviam os negros. Mas seu primeiro poema que retratava a escravidão foi “A Canção do Africano”, publicado em A Primavera.
Cursou direito na faculdade do Recife e teve grande participação na vida política da Faculdade, nas sociedades estudantis, onde desde cedo recebera calorosas saudações.
    Aqui você encontra a última parte do poema “Navio Negreiro”, de Castro Alves. Uma obra-prima com a marca do poeta: o tema da escravidão. VI “Existe um povo que a bandeira empresta P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!... E deixa-a transformar-se nessa festa Em manto impuro de bacante fria!... Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta, Que impudente na gávea tripudia? Silêncio. Musa... chora, e chora tanto Que o pavilhão se lave no teu pranto!... Auriverde pendão de minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança, Estandarte que a luz do sol encerra E as promessas divinas da esperança... Tu que, da liberdade após a guerra, Foste hasteado dos heróis na lança Antes te houvessem roto na batalha, Que servires a um povo de mortalha!... Fatalidade atroz que a mente esmaga! Extingue nesta hora o brigue imundo O trilho que Colombo abriu nas vagas, Como um íris no pélago profundo! Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga Levantai-vos, heróis do Novo Mundo! Andrada! arranca esse pendão dos ares! Colombo! fecha a porta dos teus mares"
Poesia Popular: a riqueza do Nordeste
    O estilo poético nordestino é rico em folclores, lendas e valores regionais. Encontra-se principalmente associado à música, com destaque para os violeiros. A partir da viola se desenvolvem os desafios, emboladas, repentes, cantorias, um sem-fim de ritmos e estilos próprios dos cantadores da região. A cantoria, por exemplo, consiste em um improviso, em tom de desafio, entre repentistas. Seu primeiro representante é Romano do Teixeira, da Serra do Teixeira, no estado da Paraíba, ainda no século XIX. Antônio Alves da Silva, o Patativa do Assaré, do Ceará, é emblema da poesia popular nordestina. O apelido se refere a uma ave do sertão, a patativa, e à cidade perto da qual o poeta nasceu. Patativa faleceu em 2002, mas ficaram seus versos, falando sobre o sofrimento do povo. Seu estilo possui um acento social e muitas vezes satírico. Assim como a maioria dos poetas regionais, Patativa do Assaré nunca chegou a freqüentar escola e sempre compôs de memória. Desprezava a gramática – para ele, "uma grande besteira", preferindo o registro das coisas como são ditas e ouvidas. Assim falava Patativa, criticando o aparelho de televisão: Presente Disagradável "Toda vez que eu ligo ele No chafurdo das novela Vejo logo os papo é feio Vejo o maior tumaré Com a briga das mulhé Querendo os marido alheio Do que adianta ter fama? Ter curso de Faculdade? Mode apresentar programa Com tanta imoralidade !" As poesias regionais do Nordeste geralmente são encontradas no formato de libretos de cordel. A poesia de cordel recebe este nome por causa de uma velha tradição em Portugal. No século XVII, era comum os folhetos fossem colocados à venda pendurados em um barbante, presos por pregadores de roupa. Barbante, corda, cordel – os cantadores e repentistas nordestinos adotaram este costume, pendurando seus versos e popularizando o que é hoje um dos principais símbolos da cultura popular brasileira.


Clique aqui e assista o Curta "Patativa", de 2001.

Clique aqui e acesse o site da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, que fica no bairro de  Santa Teresa, RJ.

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