Nosso Setor de Incentivo à Leitura, representado na pessoa que nos escreve, foi convidada a fazer parte da Comissão Julgadoras dos trabalhos finalistas para o Prêmio VivaLeitura 2009. A premiação, criada em 2005 por iniciativa do Ministério de Educação, da Cultura e da Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, tem “como objetivo estimular, fomentar e reconhecer as melhores experiências que provovam à Leitura”.
Os 15 finalistas, divididos em 3 categorias (Bibliotecas públicas, privadas e comunitárias; Escolas públicas e privadas e Ongs, pessoas físicas, universidades/faculdades e instituições sociais), de todas as regiões do país, tiveram seus trabalhos avaliados por sete jurados, que foram convidados por terem renomada competência na área. E um dos escolhidos foi eu, Lucélia Flores.
A Comissão que julgou os trabalhos, teria que observar os seguintes aspectos: originalidade do trabalho, o impacto na construção da cidadania, os recursos utilizados, a pertinência e a abrangência da ação na comunidade, a duração e os resultados alcançados.
Feito isso, todos nós, jurados e finalistas estivemos em São Paulo, no Museu da Língua Portuguesa, para o evento de premiação.
Lá estiveram presentes o Ministro da Cultura, Juca Ferreira, o Secretário do Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL) José Castilho, o Secretário de Educação Continuada do Mec, André Lázaro entre outras autoridades.
Numa belíssima festa, foram premiados por categoria, os seguintes trabalhos, levando para casa o prêmio de 30 mil reais:
1. Categoria “Bibliotecas Públicas e Privadas”
Na categoria “Bibliotecas” o projeto vencedor foi o “O Caminho da Leitura”, de Campinápolis (MT). A iniciativa combate o analfabetismo entre os indígenas da região através de uma biblioteca que professores e caciques construíram dentro da aldeia Xavante “Semente Viva”. Os primeiros 200 livros do acervo foram doados pelo projeto “Expedição Vagalume”, que também ajudou na formação de mediadores de leitura. No início, cerca de 260 crianças e 80 adultos usufruíam do acervo. Hoje, a biblioteca consegue atender, além da Semente Viva, mais outras seis aldeias da região.
O índio Ciro José Sahairo, responsável pelo trabalho, recebeu o prêmio na cerimônia e declarou que o direito à educação é um direito de todos os brasileiros. Com o valor recebido do Vivaleitura, prometeu construir um galpão para abrigar um acervo ainda maior.
2. Categoria “Escolas Públicas e Privadas”
Na categoria, o projeto vencedor foi o trabalho “Flis – Festival Literário do Sertão”, de Sertânia, município do interior de Pernambuco situado no sertão de Moxotó, área que representa um dos índices mais baixos de IDH do estado. O festival é realizado pela escola pública, Olavo Bilac, para valorizar a produção literária local e a identidade cultural da região. Em suas duas primeiras edições, o Festival promoveu atividades como saraus, palestras, leitura de contos, poesias e encenações sobre autores e artistas locais. Mais de duas mil pessoas, entre alunos, professores, pais e responsáveis já foram beneficiadas pelo projeto. Segundo o professor de português e literatura da escola, Josessandro Batista de Andrade, que também é o idealizador do Flis, os resultados são visíveis: “desde 2007 registramos um aumento contínuo no número de livros retirados em empréstimo na biblioteca da escola, os alunos criaram um jornal de poesia, chamado “O Nascer do Poeta”, com obras próprias e dos professores, e com o apoio de comerciantes locais realizamos encontros de autores e poetas da região”, diz. Segundo o professor, o próximo Flis acontecerá no mês que vem, entre os dias 15 e 17, sob o tema “Os 60 anos da escola Olavo Bilac – uma usina de talentos”.
3. Categoria “Instituições e/ou Pessoas Físicas”
O trabalho “ Poesia Viva – A Poesia Bate à sua Porta”, de Mariana (MG) venceu na terceira categoria do prêmio. Idealizado pela artista plástica, Andréia Aparecida Silva Donadon Leal, o projeto bate de porta em porta, nas casas, estabelecimentos comerciais e escolas da cidade e municípios vizinhos, para ler contos, romances e poesias às pessoas. A iniciativa conta com o trabalho voluntário dos poetas da Associação Aldrava Cultural que, além de visitarem as casas, distribuem gratuitamente o jornal da associação e livros aos habitantes. A idéia do projeto é estimular o hábito da leitura no lar e usar a literatura como elo de afetividade entre as famílias. “Acredito que é na família que começa o gosto pela leitura, e é lá que ele também precisa ser cultivado”, disse Andréia. Com a verba do prêmio, Andréia pretende publicar as obras dos poetas da associação e ampliar o acervo de livros que é distribuído pelo projeto. Atualmente, o “Poesia Viva” acontece em Mariana, Ouro Preto, Santa Bárbara, Belo Horizonte e Ipatinga.
Menções Honrosas
O Prêmio ainda concedeu menções honrosas para os seguintes projetos - "Flipinha", da Associação Casa Azul, de Paraty (RJ); programa "Carro Biblioteca", da Escola de Ciências da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG; programa "Prazer em Ler", do Instituto C&A (SP); "Parada Cultural -Biblioteca Popular 24h", da ONG Projetos Culturais T-Bone (DF); e programa "Arca das Letras", da Secretaria de Ordenamento Agrário do Ministério do Desenvolvimento Agrário (DF).
FONTE:
http://www.premiovivaleitura.org.br/default1.asp?page=2009_venc2.asp
No próximo post, fotos que eu tirei do Prêmio VivaLeitura.
Mais informações sobre o VivaLeitura 2009:
Projetos de Mato Grosso, Pernambuco e Minas Gerais vencem o Vivaleitura 2009
Ministro Juca Ferreira participou da solenidade de premiação, em São Paulo