quarta-feira, 26 de maio de 2010

25 de maio: DIA DA ÁFRICA

Amigos, por um grande deslize da minha parte, eu não postei essa importante data. Aproveito o espaço e reproduzo o texto que Babi Amorim fez para todos os membros da rede Aruanda Mundi. Axé!
Uma mensagem a todos os membros de Aruanda Mundi

QUAL ÁFRICA?

25 de maio, dia da África. Não é à toa que a África é chamada de terra-mãe. A humanidade nasceu em seu ventre. Mas isso foi há tanto tempo que as pessoas nem se dão conta disso. Mais inaceitável é o povo brasileiro esquecer sua afrodescendência, afinal a África está muito presente em nosso país.

Mas a maioria de nosso povo não só não pára pra pensar que descende de africanos, como fica espantada quando tal fato é lembrado. Experimente dizer a alguém que você é descendente de africanos e prepare-se para receber um olhar de estranheza ou dúvida da outra pessoa. Afinal, nas escolas fala-se de "nossos avós" portugueses, nossos avós italianos, espanhóis, japoneses... Poucos falam dos nossos avós africanos, e a minoria fala disso sem demonstrar ignorância.

Mas com a Copa do Mundo a África está em evidência na mídia, com visões que mostram tanto uma simpatia pelas cores vibrantes e pela alegria, musicalidade e força do povo africano quanto preconceito por suas mazelas. Quem sabe é o momento de olhar para nossa mãe e redescobri-la?

Aqui, somos brasileiros de origem africana, ainda marginalizados, expostos à violência. (Quem nos protege da polícia, por exemplo?) A nossa África mítica, guardada carinhosamente em nosso inconsciente coletivo, que se expressa em nosso jeito de ser, essa África que é patrimônio único nosso, contrasta com a África atual, que precisamos (re)conhecer.


25 DE MAIO

A data de 25 de maio faz referência à criação da Organização da Unidade Africana, que ocorreu em 1963, na Etiópia. Nesse ano reuniram-se, de 22 a 25 de maio, 32 países africanos independentes para traçar uma estratégia de unidade do continente. Em 1972, a Organização das Nações Unidas instituiu o 25 de maio como Dia da Libertação Africana e em 2002, em Durban, África do Sul, 53 países instituíram a União Africana (UA).

A África é um continente com aproximadamente 30,27 milhões de quilômetros quadrados de terra. Ao norte é banhado pelo Mar Mediterrâneo, ao leste pelas águas do oceano Índico e a oeste pelo oceano Atlântico. O Sul do continente africano é banhado pelo encontro das águas desses dois oceanos.

É o segundo continente mais populoso do Mundo (depois da Ásia), com aproximadamente 800 milhões de habitantes.

É basicamente agrário, pois cerca de 63% da população habita no meio rural, enquanto somente 37% mora em cidades.

O principal bloco econômico é a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), formada por 14 países, dentre os quais Angola e África do Sul.

O continente foi subdesenvolvido pelas seguidas dominações europeias que ocorreram, tendo sido drenadas de suas terras não só a riqueza de seu solo e subsolo, mas um grande contingente humano.

Os africanos e seus descendentes dispersos pelo mundo formam a diáspora negra e são responsáveis, consciente ou inconscientemente, pela perpetuação da cultura, de hábitos e modos de vida herdados de civilizações ancestrais (como a ideia de energia vital, o axé, e a celebração da vida por meio dos ritmos e danças). A África é o continente onde a vida se originou e ali floresceram fantásticas civilizações, como a egípcia, os impérios do Mali, de Gana; a Etiópia, um dos Estados mais antigos do mundo e onde pode ter surgido a espécie Homo sapiens.

A tradição oral africana (que tem nos griots, contadores de histórias, seu símbolo) não impediu que florescesse uma literatura que teve, inclusive, importante papel nas guerras de libertação africana das décadas de 60 e 70. Em termos de língua portuguesa, por exemplo, há a a obra de Agostinho Neto, Pepetela, Jorge Macedo, José Craveirinha, entre outros. Segue um poema de um dos mais importantes escritores de Angola, Jorge Macedo:


POEMA DE AMOR

Adoro-te, África semente,
amor profundo,
nobre fruto do meu eu vivente.

Adoro a calidez das tuas tranças,
manta preta do meu primeiro calafrio.

E o dorso largo em que dormi o sono infantil
e acordei já homem feito.

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