Snel - 17/08/2011
O brasileiro, em 2010, comprou mais livros do que em 2009. Isso
favoreceu um crescimento de 8,12% no faturamento do setor editorial no
ano passado, que ficou na casa dos R$ 4,5 bilhões, acompanhado por um
crescimento de 13,12% no número de exemplares vendidos. Este ganho de
escala permitiu a manutenção da tendência da queda do preço médio do
livro vendido, observada desde 2004, com um recuo em 2010 de 4,42%.
Essas
são algumas das informações contidas na pesquisa “Produção e Vendas do
Setor Editorial Brasileiro”, que aferiu os dados do mercado referentes
ao ano de 2010. A pesquisa é realizada anualmente pela Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE/USP) sob encomenda do Sindicato
Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e Câmara Brasileira do Livro
(CBL).
Os dados foram divulgados no dia 16 de agosto de 2011, na
sede do SNEL, no Rio de Janeiro, pelas presidentes do SNEL e CBL,
respectivamente, Sônia Machado Jardim e Karine Pansa e pela coordenadora
da pesquisa, professora Leda Paulani, da Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas (Fipe-USP).
O estudo revelou que, se os
resultados são dignos de comemoração pelo setor, não chegam, porém, a
causar euforia. Isso porque o crescimento real, em faturamento, fica na
ordem de 2,63% a mais, em relação a 2009, quando se considera a variação
de 5,35% do IPCA Livro em 2010. Além disso, se desconsiderarmos as
compras feitas pelo governo e entidades sociais, o crescimento apurado
foi de 2,99%, ficando abaixo da variação do IPCA.
A pesquisa
detectou que o número de exemplares vendidos cresceu de 387.149.234, em
2009, para 437.945.286, em 2010. No ano passado, foram publicados 54.754
títulos, que representam um aumento de 24,97% em relação a 2009, sendo
18.712 títulos novos. Ou seja, o editor tem apostado no aumento da
diversidade da oferta.
Dentre os canais de comercialização de
livros, o que mais cresceu, proporcionalmente, foi a venda por porta a
porta/catálogos: passou de 16,65% para 21,66% do mercado em número de
exemplares. Porém, em termos de faturamento, as livrarias continuam na
liderança com 62,70% do mercado.
Este ano, a pesquisa apresenta
como novidade na sua metodologia, a realização de um Censo do Livro.
Isso porque, em todo processo de inferência estatística, é recomendado
que, de tempos em tempos, seja atualizado o universo da própria
pesquisa. O censo foi realizado entre novembro de 2010 e abril de 2011 e
afere o ano de 2009.
A pesquisa detectou que o mercado do setor
editorial, em 2009, era maior do que o imaginado: corresponde a R$ 4,2
bilhões e não R$ 3,3 bilhões como o aferido na última edição do
trabalho.
O censo mostrou que das 498 editoras ativas, segundo o
critério da Unesco, a maioria das editoras do país (231) é formada por
empresas com faturamento de até R$ 1 milhão.
FONTE: Blog do Galeno
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